quarta-feira, 14 de abril de 2010

A atriz.

Naquela manhã, a medida que seu ônibus andava, ela resolveu limitar-se a observar as pessoas por onde passava. Muitas de longe, que se assemelhavam a pequenos pontinhos... minúsculas! Percebia que naquele momento, atuava em uma pequena participação na vida de cada um que a olhava de volta, e que o futuro daquela vida, talvez fosse sempre um mistério para ela. O comportamento das pessoas sempre a chamou atenção; a singularidade de cada um sempre a intrigou. A "pluralidade" também, em especial. Ela nunca entenderia o porquê de alguém estar disposto a deixar de ser quem é, para ser aceito em algum ambiente. Preferiria sem discussões viver sozinha a vida toda. Viver com ela. A verdade é que esse desejo desesperado de ser diferente está tornando todos cada vez mais iguais, e mesmo que não queira, você é manipulado. Direta ou indiretamente. É um fato e não há como fugir disso! O jeito é conviver com ele exercendo sua melhor performance, e quem sabe assim, não ser mais um desses que almejam apenas "sombra e Coca-Cola fresca".

domingo, 11 de abril de 2010

Só pra te ter aqui.


Convencendo-me de que quando eu menos esperar os seus passos serão traçados ao lado dos meus, vivo numa tentativa errônea de mascarar essa falta que me faz você aqui. Onde eu possa te tocar, onde eu possa te sentir. Ter seu sorriso iluminando o meu dia, me fazendo voar, no sentido mais livre dessa palavra, sem precisar sequer mover os meus pés. Pés que andam pelo mundo deixando as suas marcas, algumas profundas, outras mais rasas; mas que não deixam de marcar. Enquanto as deixo pelo chão, meu pensamento, livre, desprende-se de mim, e num ato de egoísmo, viaja sozinho até onde o meu corpo queria estar... E ele sente o que meu corpo queria sentir. E fica ali, ocupando o lugar da ausência.