Carta ao vento.

Chorar não era problema muito grande quando você estava por perto. Um abraço, a mão envolvendo a minha, que era tão pequenina e delicada, que malmente entrelaçava os dedos, apenas um olhar e eu já sentia que tudo ia ficar bem. Naquele abraço eu encontrava a certeza de estar protegida, guardada. A cada passo que eu dou me lembro de você, afinal... Até os meus passos se parecem com os seus. Assim como o meu cabelo, os meus olhos, o rosto e algumas manias talvez... Você está presente em mim, em cada lembrança. Ainda que não me conheça mais, pois o tempo passa e as coisas mudam, ninguém é o mesmo a vida toda. 7 anos não são 7 dias. De repente a gente percebe que não está vivendo bem como queria. Quem nunca parou pra pensar nas possibilidades? "E se eu fizesse diferente?" "E se ao invés disso, eu optasse por aquilo?" Você, mais do que qualquer outra pessoa, sempre me entendeu, e sem cobrar nada, sabia exatamente o que fazer, na hora exata que tinha que fazer. Por mais que esteja "distante" você sempre fará parte do meu caminho, e por mais que eu sinta tanta, tanta, tanta falta, não posso mudar suas decisões. Nada que fazemos na vida é em vão, e jamais se engane pensando que uma escolha SUA não vai afetar em nada na vida de outras pessoas.

"E quando vejo o mar, existe algo que diz que a vida continua, e se entregar é uma bobagem. Já que você não está aqui, o que posso fazer é cuidar de mim, lembra que o plano era ficarmos bem?" (Renato Russo - Vento no Litoral)